Um simples 11 de agosto
Angústia que me completa
Alma que me alerta
Mal que sinto
Crises vem vindo
Sem explicação
Sem noção
Sem razão
Sem direção
Sou o fundo do poço humano
As migalhas do mundo
A morte profana
A loucura insana
A felicidade não existirá
Nem procure, ela vai acabar
Procuro e não persisto
Para que essa crendice, se nem sei se existo?
Vou vencer a depressão
Vou seguir pela frente
Sorridente, contente
Uma simplória ilusão!
Fatos para chorar
Vida mal entendida
Mundo como fim de tudo
Uma simples despedida
Porque as mudanças são constantes?
Porque vivo?
Desvendarei esses mistérios professantes
Simplesmente não consigo
Quero viver, quero morrer
Quero nascer, quero sofrer
Quero sorrir, quero sentir
Quero vibrar, vou dormir
Sono profundo
Me livre deste mundo
Me leve ao céu
Mãe, me cobre com teu véu!
Vida nova a surgir
Irei reconstruir?
Quem saiba apagando?
Quem saiba amando?
Necessito falar com alguém
Necessito chorar
Tenho que desabafar
Mas não há ninguém
Reprimo meu choro
Viaja minha mente
Quero este eterno gozo
Pela vida eternamente
Estou na prisão
No meu "eu" há um cão
Late inconscientemente
No meu peito ardentemente
Prisão da depressão
Prisão do amor
Prisão da alusão
Prisão do horror
Se aparecer alguém
Eu escondo tudo
Só entenderá um ninguém
Os meus pensamentos estúpidos
Não me faça perguntas absurdas
Não tenho respostas para você
Saia, não insista, minhas respostas simplórias
Poderão ser a você uma glória
Me deixe chorar
Não me pergunte!
Me deixe sozinha
Nesta faca de 1.000 gumes
Mundo colaborando com minha tristeza
Pelo menos é o que eu vejo
Liberte os meus desejos
Deixe os em eterna proeza
Mal do século, Byronismo
Morbidez, escapismo
Fuja de mim animal! Nesta suja poesia de hospital
Um momento em que vivo
Apenas me balanço com este pico
Byron meu irmão
Rousseau, seja meu cão!
Nem toque este violão
Solte essas cordas amigão
Dentro deles há idealização
E nunca uma salvação
Nunca Nirvana
Nunca Oasis
Essas bandas produzirão
Um choro sem exceção
"Wonderwall" "Rape Me"
"Under the Bridge" "The Man who Sold the World"
Me tire dessas profundezas, minha eterna tristeza!
Passa tristeza
Passa pensamentos
Faça me voar em levezas
Em lugares que não há lamento
Vejo a vida passar
Avisto o mundo acabar
Vivo num profundo sofrer
Acho que vou morrer
Não, não chore
Estude, não, escreva
Morra, morra, transcreva!
Viva nesta vida passageira.
Serás que não entende?
Sou uma simples adolescente
Que escreve inconscientemente
Estas palavras acabadas
Nessas linhas imaginárias
E simplesmente para o nada
Com um tremendo desgosto
Eu termino aqui
E sei que irá persistir
O meu simples e incansável
11 de agosto.